24 Fev 2024

Tecer as palavras para uma revolução

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Os alunos do 10º ano de Artes Visuais da Escola Raul Proença Teceram as palavras para uma revolução criando sete cartazes para uma manifestação. Estes alunos estiveram no dia 13 de dezembro na biblioteca da Escola numa aula diferente sobre o Lápis Azul onde obtiveram informações sobre como funcionava a censura no tempo da ditadura de quarenta e oito anos que vigorou em Portugal até abril de 1974. Nesse dia ficaram também a perceber o quanto é importante existir liberdade de imprensa e liberdade de expressão para todos os cidadãos num país livre e democrático. Perceberam ainda que a CENSURA não se exercia só sobre a imprensa mas que abarcava todas as expressões artísticas como a música, o teatro, os livros, a moda, a vida do cidadão comum a quem estava vedado o acesso a determinadas manifestações que se consideravam subversivas.

Porquê “CANTIGAS DE MAIO” 

É um álbum do músico José Afonso, editado e lançado 1971. Este álbum é apontado como marco eponto alto na carreira do artista, músico, cantor e poeta José Afonso. Trata-se de um álbum inovador a vários níveis dentro da carreira do seu autor. Tal deve-se, em parte, também encenação musical inovadora de José Mário Branco, produtor do disco.

 À viola e guitarra tradicionais, José Mário associou o trompete, a flauta, o acordeão, piano e diversas formas de percussão, que revelam definitivamente a grandeza do poeta cantor José Afonso.

O aparecimento deste álbum coincide com a revelação ou confirmação de novos cantores como Manuel Freire, José Jorge Letria, Fanhais, Sérgio Godinho, Luís Cília, Fausto, Vitorino, Júlio Pereira e Janita Salomé. Este grupo heterogéneo e diferenciado comungava de um mesmo propósito: José Afonso como alargamento das expressões da Música Popular Portuguesa.
Este disco foi proibido pela Censura da Emissora Nacional, aquando do seu lançamento, sendo concedida uma excepção na Rádio Renascença à canção “Grândola, Vila Morena”. Foi precisamente essa canção que tocou na Rádio Renascença, na madrugada de 25 de Abril de 1974 como segundo sinal nacional, às 0h20, a seguir à canção “John Português” de Beatriz d’Conceição, por Tony de Matos, para avisar os revolucionários que as manobras podiam prosseguir em segurança, e que a partir de agora já não se pode voltar atrás.