18 Mai 2023

DIA DA ESPIGA – ou o contacto com a natureza –

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O Dia da Espiga remonta ao tempo em que se pretendia celebrar a consagração da Primavera. Por ter uma ligação com a Natureza, pensa-se que este costume está relacionado com antigas tradições pagãs associadas às festas da deusa Flora que aconteciam por esta altura.

Foi posteriormente absorvido pela tradição católica, que tendo em conta as datas de celebração da Páscoa, o associou à Festa da Ascensão, celebrada 40 dias após aquela efeméride. Em Portugal, o dia chegou a ser considerado feriado nacional.

Tradicionalmente as pessoas partiam num passeio matinal pelos campos para colherem espigas e depois fazerem um ramo que incluía também flores campestres como papoilas, malmequeres, raminhos de oliveira, de alecrim e de videira. Ditam os antigos costumes que o ramo deve ser colocado atrás da porta de entrada da casa e apenas deve ser substituído no ano seguinte, por um ramo novo, como símbolo de sorte e prosperidade do lar.

“Quem tem trigo de Ascensão, todo ano terá pão”

Este é um ditado antigo que usualmente acompanha o Ramo da Espiga, em que cada planta está associada a um significado:

• As espigas representam o pão, como a base do sustento da família

• A papoila significa amor e vida

• O malmequer simboliza a riqueza e prosperidade

• A presença da oliveira significa Paz e a Luz (da candeia antiga de azeite)

• O alecrim representa a saúde, força e resiliência

• A videira simboliza o vinho e a alegria

Em dia tão soalheiro, as crianças lá partiram do Jardim em busca da celebre espiga.

Algo raro hoje em dia em campos citadinos!

Valeu o passeio e o contato com a natureza.

Contudo, não voltaram de mãos vazias!

Bem apertado trouxeram, em suas mãozinhas pequenas, alguns malmequeres e similares de espiga, encontrados em pequenas parcelas não cultivadas ao redor da escola.

Mª Helena Felício